Zumira

Zumira, retrato de uma realidade em que a vulnerabilidade expressa a invisibilidade de pessoas às margens da sociedade, não importando se são jovens, velhos ou crianças. Apesar das adversidades cruentas e afiadas, há ainda fôlego para gerar prosas e poesias gentis.  
Não há um super-herói que, vindo do espaço, salvará Zumira nem muito menos personagens que se apresentam como tal; são eles as próprias forças e fraquezas dos seus atos que teimosos, sobrevivem a cada dia, mesmo que a esperança pareça morta em sepulcro raso. 
Entre os desencarnes advindos das parcas e podres refeições, os gritos anêmicos, quase natimortos, resistem... a alma implora por calma a essas gentes desprezadas, vultos que te assombram pelo retrovisor do seu carro blindado.
Imerja nessa história com cuidado, pois a cada momento irá se deparar com fontes de águas turvas e fétidas; a cada viela, um prego torto e enferrujado; a cada canto, um cão que ladra e às vezes morde, e a cada hálito dos jovens bêbados envelhecidos, a ira pelo seu cheiroso perfume importado.