A Amazônia e o indígena brasileiro no olhar do viajante: Peter Fleming

Este livro nasceu de uma viagem, viagem essa empreendida pelo autor, em busca de suas aspirações pessoais, mas ele acredita que a melhor viagem da vida fizeram aqueles que se lançaram em busca de seus objetivos, que ousaram ir para além da linha do Equador, lançaram-se ao mar ou “descobriram” uma nova façanha em algum lugar remoto do mundo. 
Esse livro nasceu a partir da dúvida, quais são as imagens que o sujeito viajante constrói sobre Amazônia e as suas populações tradicionais? E de que forma essas imagens denotam ideias totalmente erradas e antagônicas sobre nosso povo? É possível responder a isso? Sim, é possível e nesse livro fazemos exatamente isso. 
 Esse livro, portanto, é sobre viajantes, ou melhor, de um viajante, Peter Fleming. Mas, ainda que falar sobre viagens de aventura, por si só, sejam interessantes, é preciso enveredar por outros caminhos, e é aí que entra nossa contribuição como espectadores dessa Aventura no Brasil. 
Discutir metodologicamente as categorias narrativas da obra, a partir dos estudos decoloniais, respondendo a esse outro que vem, explora, demonstra seu olhar colonizador e vai embora, fazendo pré-julgamentos, lançando estigmas e tantas outras concepções pejorativas que nos fazem ser vistos pelos olhos deles, e não, não precisamos disso, podemos nós mesmos falar por nós, dizer não, não sou isso que falam, e a partir de dentro construir novos olhares sobre a Amazônia e as suas populações, então, esse livro nasceu para isso, para além da viagem, enxergar com outros olhos, com os nossos olhos.